25/03/2010

O que é, o que é?


Talvez o que divida a arte do artesanato seja o olho - e o humor - de quem observa. Tanto quanto a Beleza. A arte, para existir ou não, para ser ou não ser, depende do olhar do observador. Muito já foi dito, escrito e discutido a respeito, por força do humano cacoete de buscar definição, distinção, classificação, hierarquização, ...ção, ...ção, ...ção. (Será são?)

Quando se fala em patchwork o que primeiro nos vem à mente são os trabalhos que se apóiam em conceitos de exatidão. Cantinho com cantinho, quadradinhos, retangulinhos, rodinhas, leques... tudo se encaixa, se aplica, se mistura e compõe uma peça harmoniosa. Mesmo o patchwork de aplicação busca a precisão, a correção, a técnica apurada ao extremo. Veste uma armadura, teme o erro, o desconcerto, o desencontro. Talvez esta busca pela perfeição seja o tormento da alma de um  artesão e o que o distingue do artista no sentido mais amplo.

O artista é uma nuance de gente que não esmorece na tentativa de fazer seus experimentos lançarem raizes, um caule para fora do buraco, uma folha e... afinal ... sentir que respiram!

A Arte é passageira da Liberdade, que é vento, movimento do ar. Quanto maior o sopro maior a viagem, a ousadia, a conquista. A única regra é não seguir  modelos, mas sim a inspiração,  não precisa chão, não segue nenhuma certeza.

É gostoso trazermos a arte têxtil para o nosso convívio, sabendo que:

Inexato, franzido ou torto não são sinônimos de feio.
Pontos aparentes e fios soltos não significam erros.
Geometria não é uma seita religiosa a ser seguida.

Há lindos trabalhos em artesanato e/ou arte têxtil e ... quem se importa com a classificação?
Tenhamos a liberdade de apreciá-los sem rótulos, pela energia que emanam.



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